O progresso é uma das leis
da Natureza. Todos os seres da Criação, animados e inanimados, estão submetidos
a ela pela vontade de Deus, que deseja que tudo engrandeça e prospere. A
própria destruição, que parece aos homens o limite final das coisas, é apenas
um meio de chegar, por meio da transformação, a um estado mais perfeito, porque
tudo morre para renascer e nada volta para o nada.
Ao mesmo tempo em que os
seres vivos progridem moralmente, os mundos que eles habitam progridem
materialmente. Quem pudesse seguir um mundo em suas diversas fases, desde o
instante em que se agregaram os primeiros átomos que serviram para construí-lo,
veria que ele percorre uma escala contínua e progressiva, mas em graus pequeníssimos
para cada geração, e oferece a seus habitantes uma morada mais agradável à
medida que eles também avançam no caminho do progresso. Assim, caminham
paralelamente o progresso do homem e o dos animais, seus auxiliares, o dos
vegetais e o da habitação, pois nada fica estacionário na Natureza. Como é
grandiosa esta ideia, e digna do Criador! E como, em contrário, é pequena e
indigna do seu poder aquela que concentra toda a sua atenção e Providência no
minúsculo torrão de areia, que é a Terra, e reduz a Humanidade a alguns homens
que a habitam!
Assim, é que a terra, seguindo
essa lei da progressão dos mundos, esteve material e moralmente em um estado
inferior ao que está hoje e atingirá sob esses dois aspectos um grau mais
avançado. Ela atingiu um de seus períodos de transformação, em que de mundo
expiatório se tornará em mundo regenerador, onde os homens serão felizes, pois
a Lei de Deus reinará.
Santo Agostinho
(O Evangelho Segundo o Espiritismo)