terça-feira, junho 06, 2017

Para não cair no abismo




Não se engane por achar que todos os nossos irmãos que estão trancafiados em sanatórios, hospícios, ou em qualquer outra instituição do gênero, são todos vítimas da loucura, a doença congênita, ou seja, aquela que acompanha o indivíduo por toda a sua vida, que tem o seu advento desde o nascimento ou mesmo antes desse, ainda no ventre da mãe. Não, muitos dos irmãos que lá estão são vítimas, sim, mas, de desequilíbrios incontáveis que se formaram ao longo de suas existências. Desequilíbrios esses que têm suas raízes, também, em existências anteriores, as quais foram plantadas as sementes de sentimentos que vão de encontro ao amor e à caridade, por si e pelo seu próximo.  
Certamente, é bem útil o tratamento medicamentoso desses doentes congênitos como vem fazendo a psiquiatria, a psicologia, e outros profissionais de áreas afins; mas, os "doentes" do espírito, esses merecem um pensamento diferenciado acerca de seu problema, pois, sendo tratados como os primeiros eles tendem a piorar, porque o seu transtorno não está no corpo físico e sim, na alma. 
Estamos em um planeta de provas e expiações, como menciona o kardecismo em suas várias obras, no vale das lágrimas, onde as nossas fragilidades são postas à prova, vivemos entre o céu e o inferno, grosseiramente falando, e isso, sem sombra de dúvidas, é tentador porque temos que fazer escolhas constantes que farão parte de nossas vidas e da vida de outras pessoas, muitas vezes. 
Essas fragilidades - o ódio, o rancor, a inveja, o orgulho, o medo, o desrespeito ao próximo etc, são o desmoronar do ser humano, que, vivenciando isso com afinco e sem fazer nenhum esforço para livrar-se delas, aparecem, então, esses transtornos espirituais que desarmonizam o que antes era equilíbrio, e que nos levam às fronteiras do desconhecido, ou, se quiser, às fronteiras da loucura. 
Tudo é muito tentador, muitas coisas fáceis e, aparentemente para as nossas almas débeis de espiritualidade e ricos dos prazeres materiais, não percebemos a sutileza dos acontecimentos que angariam, todos os dias, dia após dia, os nossos "eus" espirituais, nos levando a atrasar ainda mais as nossas existências.
E se enxergarmos por outro ângulo, e se acreditarmos que a vida não é uma só, que continuará mesmo após a morte do corpo físico, se tratarmos nossos semelhantes como gostaríamos de ser tratados, com certeza tudo seria mais fácil, o equilíbrio espiritual se faria constante para nós.
A caridade para com o próximo, a prece e trabalhar o sentimento de gratidão, sempre, são três ótimos remédios para afastar as doenças que acometem o espírito, fazendo isso, tudo ficará bem.

Márcia Velanes Borges

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