O tratamento da doença congênita denominada
loucura sempre foi um grande desafio para a medicina, e também para aqueles que
viviam constantemente com pessoas “loucas”, ou seja, a loucura era (e ainda é)
vista como algo irremediável, em que os profissionais médicos e os próprios
familiares não sabiam como lidar, como cuidar de seus doentes.
A questão é que desde que existem seres
humanos, existe a loucura, e nos primórdios não existiam, sequer, uma ideia do
que seria aquela pessoa desorientada jogada pelas ruas e agindo anormalmente,
segundo os preceitos da sociedade da época. Muitas vezes eram trancafiados em
jaulas, ameaçados de passarem fome, vivendo uma existência totalmente
sub-humana.
Na questão familiar, na maioria das vezes, os
loucos eram deixados à própria sorte. Causavam medo, estranhamento, e, por
isso, o distanciamento, o abandono.
Além disso esses doentes mentais eram, á
vista da sociedade, tidos como pessoas indignas de qualquer sentimento de
compaixão, já que elas não se davam ao respeito, pelo comportamento excêntrico,
exagerado.
Na questão médica, na verdade, não existia
nenhum tipo de pesquisa para saber as causa daquele distúrbio/comportamento, o
que se observava era a total falta de entendimento a respeito desse assunto.
Segundo a Revista de Psicofisiologia, da
UFMG, só a partir do século XVIII é que começaram a
aparecer umas espécies de asilos, que, também, abrigavam de forma sub-humana os
loucos, nesses lugares os doentes continuavam vagando e falando
incoerentemente. Os mais alterados eram imobilizados com lençóis.
Nos tempos atuais, os doentes mentais ainda
são vistos como causa de afastamento, medo e repúdio; a sociedade ainda os olha
com certa criticidade e desdém. No entanto, já existem hospitais especializados
para internamento de pessoas com esse tipo de distúrbio, mas que ainda precisam
de dedicação nessa área tão específica; é o que se percebe, principalmente, nos
noticiários,.
Essa explanação foi referente à loucura no
seu sentido literal. Na realidade fica uma grande dúvida (e isso a gente deixa
para os pesquisadores da área) acerca do que seria a loucura literal e a
metafórica e quem, realmente, podemos conceituar de pessoas loucas e pessoas
“normais”. Se voltarmos o olhar a acontecimentos ocorridos por toda história da
humanidade, as aberrações que muitos “normais” ou “normal” fizeram, e ainda
fazem, às pessoas, com certeza não saberemos distinguir o que é a verdadeira
loucura. Mas uma coisa é certa, os loucos conscientes são muito mais perigosos!
Márcia Velanes