domingo, junho 18, 2017

O desencadear da depressão



Pelo que eu andei lendo, assistindo em documentários ou ouvindo de familiares ou amigos de pessoas que estão passando por um problema de depressão, é que ela pode ter várias causas relacionadas a acontecimentos ligados à vida cotidiana do indivíduo, ou seja, o desemprego, uma separação, uma doença grave. Outro fator que está determinando a ocorrência desenfreada da depressão é o isolamento, a insegurança e o medo que está acometendo as pessoas na sociedade atual. Enfim, qualquer episódio que acarrete um motivo para uma tristeza extrema, pode ocasionar uma depressão.
Valores tais como, o consumismo, a busca pelo prazer imediato, a competitividade fazem com que o sentimento de medo de não conseguir, digamos assim, deixa a pessoa vulnerável às oportunidades desoladoras da alma, iniciando-se, assim, o processo depressivo.    
No texto de Freud, Luto e Melancolia (na época do psicanalista melancolia era o mesmo que depressão), a depressão é caracterizada por: influências do ambiente, desânimo profundo, perda do interesse no mundo e nas coisas, perda da capacidade de amar, inibição das atividades cotidianas ou habituais, insônia, perda do apetite...etc
Para Freud, a depressão se assemelha ao luto porque há uma perda, porém, ao contrário desta, naquela o indivíduo não sabe o que perdeu. 
A pessoa com depressão não se ama, não se acha digna da atenção ou do amor de outras pessoas, por isso ser tão difícil estimular ou animar alguém com tal problema. Por mais que seus familiares façam ou contribuam para sua melhora, a pessoa não consegue responder aos estímulos positivos, sempre estão muito desanimadas, não cuidam da aparência, vivem eu seu mundo de imaginações tristes e depreciativas causadas pela baixa autoestima.  
Seu ego fica desprovido de valor, sendo incapaz de qualquer realização e com complexo de inferioridade. 
Para o Kardecismo, a depressão é caracterizada como um sentimento de tristeza que se estragou, ou seja, que chegou e ficou estagnado na alma. Segundo ele, as emoções devem ser passageiras, nunca ficar fazendo parte do ser como uma parte do seu corpo. Sim, porque é dessa forma que a depressão é vista, como uma coisa da pessoa.
Ela causa tanto mal que chega a baixar a imunidade do indivíduo fazendo dele, além de tudo isso, uma porta aberta para as doenças físicas, porque reflete no espírito, e deste, no corpo. 
É difícil falar sobre a depressão porque é um tema vasto de causas diferenciadas que dão origem. Mas, uma colaboração da visão espírita é a oração como recurso indispensável para o processo de recuperação, e também conversar com amigos, procurar ajuda de um terapeuta, aceitar a ajuda dos familiares (quando estes não atrapalham) procurar agir em favor de irmãos necessitados, praticando a caridade, isso fará vir, sutilmente, o entendimento das causas da tristeza e dela se libertará, não se surpreendendo quando perceber que foi o mais beneficiado.
Jesus nunca colocaria fardos pesados em ombros que não pudessem carregá-los.

Márcia Velanes Borges


terça-feira, junho 06, 2017

Para não cair no abismo




Não se engane por achar que todos os nossos irmãos que estão trancafiados em sanatórios, hospícios, ou em qualquer outra instituição do gênero, são todos vítimas da loucura, a doença congênita, ou seja, aquela que acompanha o indivíduo por toda a sua vida, que tem o seu advento desde o nascimento ou mesmo antes desse, ainda no ventre da mãe. Não, muitos dos irmãos que lá estão são vítimas, sim, mas, de desequilíbrios incontáveis que se formaram ao longo de suas existências. Desequilíbrios esses que têm suas raízes, também, em existências anteriores, as quais foram plantadas as sementes de sentimentos que vão de encontro ao amor e à caridade, por si e pelo seu próximo.  
Certamente, é bem útil o tratamento medicamentoso desses doentes congênitos como vem fazendo a psiquiatria, a psicologia, e outros profissionais de áreas afins; mas, os "doentes" do espírito, esses merecem um pensamento diferenciado acerca de seu problema, pois, sendo tratados como os primeiros eles tendem a piorar, porque o seu transtorno não está no corpo físico e sim, na alma. 
Estamos em um planeta de provas e expiações, como menciona o kardecismo em suas várias obras, no vale das lágrimas, onde as nossas fragilidades são postas à prova, vivemos entre o céu e o inferno, grosseiramente falando, e isso, sem sombra de dúvidas, é tentador porque temos que fazer escolhas constantes que farão parte de nossas vidas e da vida de outras pessoas, muitas vezes. 
Essas fragilidades - o ódio, o rancor, a inveja, o orgulho, o medo, o desrespeito ao próximo etc, são o desmoronar do ser humano, que, vivenciando isso com afinco e sem fazer nenhum esforço para livrar-se delas, aparecem, então, esses transtornos espirituais que desarmonizam o que antes era equilíbrio, e que nos levam às fronteiras do desconhecido, ou, se quiser, às fronteiras da loucura. 
Tudo é muito tentador, muitas coisas fáceis e, aparentemente para as nossas almas débeis de espiritualidade e ricos dos prazeres materiais, não percebemos a sutileza dos acontecimentos que angariam, todos os dias, dia após dia, os nossos "eus" espirituais, nos levando a atrasar ainda mais as nossas existências.
E se enxergarmos por outro ângulo, e se acreditarmos que a vida não é uma só, que continuará mesmo após a morte do corpo físico, se tratarmos nossos semelhantes como gostaríamos de ser tratados, com certeza tudo seria mais fácil, o equilíbrio espiritual se faria constante para nós.
A caridade para com o próximo, a prece e trabalhar o sentimento de gratidão, sempre, são três ótimos remédios para afastar as doenças que acometem o espírito, fazendo isso, tudo ficará bem.

Márcia Velanes Borges